domingo, 2 de outubro de 2011

Windows Mobile


A história do Windows Mobile 


O Windows Mobile é a plataforma para smartphones da Microsoft, que vem se esforçando para manter o sistema relevante frente aos concorrentes. Diferente do que temos nos PCs, onde o Windows possui quase 90% do mercado, o Windows Mobile tem uma participação relativamente pequena nos smartphones (pouco superior aos 15%), que a Microsoft terá que se esforçar para manter com a entrada de novos concorrentes, como o iPhone OS e o Android.
Assim como o PalmOS, ele começou como um sistema operacional destinado a palmtops e evoluiu ao longo dos anos, passando a ser usado em smartphones.
Tudo começou com um punhado de handhelds baseados no Windows CE, como o Cassiopeia A-20 e o Philips Velo 1. Eles utilizavam telas monocromáticas HVGA (640×240) sensíveis ao toque e uma interface que lembrava uma versão simplificada do Windows 95/98, incluindo versões pocket do Word, Excell e do Internet Explorer. Na época, ainda não existiam redes wireless e muito menos conexões via EDGE ou 3G, de forma que a única forma de navegar usando o handheld era comprar um modem discado PCMCIA e conectar usando uma linha telefônica.

Cassiopéia A-20

A idéia era que os aparelhos servissem como opções mais leves e baratas que os notebooks, permitindo editar documentos e executar outras tarefas básicas. O problema era que eles eram muito lentos e limitados e na época ainda não existiam muitos softwares para a plataforma, de forma que eles acabaram não emplacando. Alguns fabricantes, incluindo a HP, continuaram lançando modelos aperfeiçoados, incluindo processadores mais rápidos e telas coloridas, mas nenhum se tornou um grande sucesso de vendas.
Com o sucesso do Palm Pilot, os fabricantes se apressaram em adotar o formato de palmtop, trocando a idéia de "mini-notebook" pela de organizador pessoal, formato que foi batizado de "Pocket PC". Devido às dimensões reduzidas, eles adotaram o uso de telas QVGA (320×240), formato que se tornou norma nas gerações seguintes. A primeira geração de aparelhos, como o Cassiopeia E-10 era realmente muito ruim, beirando o inutilizável, mas com o tempo a plataforma melhorou e conseguiu se estabelecer.

Cassiopeia E-10 e o Compaq IPAQ

A chancela oficial veio com o lançamento do Pocket PC 2000, uma versão modificada do Windows CE 3.0, com otimizações para o novo formato. A partir daí, o Windows CE continuou sendo desenvolvido como um sistema para dispositivos embarcados, enquanto o Pocket PC (e futuramente o Windows Mobile) passou a ser uma plataforma baseada nele, que inclui os drivers, aplicativos e as modificações necessárias para o uso em palmtops e smartphones.
O Pocket PC 2000 foi seguido pelo Pocket PC 2002, que deu origem aos primeiros smartphones baseados na plataforma. A partir daí, a Microsoft decidiu mudar o nome do sistema, dando origem ao Windows Mobile 2003.
Tradicionalmente, os aparelhos baseados no Windows Mobile utilizam telas QVGA, de 240×320. A partir do 2003 foi adicionado suporte ao uso de telas em modo landscape e também de telas VGA, com resolução de 640×480, que (desde que suficientemente grandes) melhoram bastante a usabilidade, facilitando a visualização de páginas e a edição de documentos. Um exemplo de aparelho que explorou esta possibilidade foi o Dell Axim x51v, que utilizava uma tela VGA de 3.7".
Continuando, o próximo da lista foi o Windows Mobile 5.0, que marcou a migração do uso de memória SRAM para o uso de memória flash para armazenamento de dados e aplicativos (persistent storage). Essa mudança simplificou o design dos aparelhos, permitindo o uso de baterias removíveis (já que o smartphone não perde mais os dados quando a bateria é removida), além da possibilidade de instalar aplicativos diretamente no cartão de memória, poupando a memória interna.
Além de diversas melhorias nos aplicativos, melhorias no suporte a bluetooth, suporte a receptores de GPS e outras funções, outra novidade digna de nota foi o suporte à operação como host USB mass storage, o que permite que o cartão de memória seja acessado através do PC ao plugar o smartphone na porta USB. Este é um recurso que hoje em dia tomamos como certo, mas que antigamente era oferecido apenas nos por softwares comerciais, tanto no caso do Windows Mobile quanto no caso do PalmOS. Um dos argumentos de venda dos palmtops Sony Clié era justamente que eles já vinham com um software para acesso ao cartão embutido.
Os smartphones baseados no Windows Mobile podem ser divididos em dois grupos: os Pocket PCs, que incluem telas sensíveis ao toque e podem ser operados da mesma forma que um PDA e os smartphones clássicos, que abandonam o uso da tela touch-screen em favor do uso de um direcional e botões de atalho. Em ambos os casos, o fabricante pode escolher entre usar apenas a tela touch screen, incluir um teclado QWERT ou incluir um teclado numérico.
Acompanhando a diversificação do mercado, o Windows Mobile passou (a partir da versão 2003) a ser dividido em três versões: "Pocket PC" (a versão clássica, para palmtops sem função de telefone), "Pocket PC Phone" (smartphones com tela touchscreen) e "Smartphone" (para os aparelhos sem touchscreen).
A partir do Windows Mobile 6, a Microsoft adotou uma nova (e confusa) nomenclatura para as diferentes edições do Windows Mobile. A versão para smartphones sem tela touchscreen passou a se chamar "Windows Mobile 6 Standard", enquanto a versão para Pocket PCs, com suporte a touchscreen passou a se chamar "Windows Mobile 6 Professional".
As diferenças entre as duas versões não se resumem apenas ao suporte ou não a telas touch screen, mas a mudanças na interface e também mudanças no grade de aplicativos compatíveis, já que os aplicativos destinados à versão Standard precisam ser adaptados para serem manipulados através de menus e do teclado.
Visualmente, o Windows Mobile 6 parece ser bastante diferente da versão 5, já que ele trouxe melhorias visuais, abandonando o tradicional estilo "Windows 95" em favor de um visual mais similar ao do Windows Vista. Apesar disso, ele é ainda baseado no Windows CE 5 (na versão 5.2 para ser mais preciso), assim como o Windows Mobile 5.
As principais mudanças foram feitas na interface e nos aplicativos integrados, sem grandes mudanças na estrutura do sistema. Isso faz com que existam relativamente poucos problemas de compatibilidade entre os novos aparelhos e os aplicativos desenvolvidos para o Windows Mobile 5, sem falar na boa compatibilidade entre os aplicativos atuais e os aparelhos antigos.




Completando a família, existe ainda o "Windows Mobile 6 Classic", que é destinado a palmtops, sem funções de smartphone, que hoje em dia são cada vez mais raros. Com o crescimento no volume de produção dos smartphones, a diferença de preço caiu, de forma que praticamente nenhum fabricante ainda se arrisca a lançar PDAs stand-alone. Um bom exemplo é a Dell, que descontinuou a linha Axim em fevereiro de 2007.

Duas características bastante criticadas do Windows Mobile são a interface, excessivamente complexa e pouco funcional em telas QVGA, e também o desempenho, que é inferior ao dos concorrentes diretos. O Windows Mobile era pesado na época em os Pocket PCs usavam processadores de 75 MHz, continuou sendo pesado nos aparelhos com processadores de 200 MHz e continua sendo pouco responsível mesmo nos processadores de 350 ou 400 MHz, usados atualmente. O sistema simplesmente se adapta ao hardware disponível, consumindo todos os ciclos de processamento. :)
Os pontos fortes, por outro lado, incluem a relativa facilidade em desenvolver para a plataforma, já que desenvolvedores acostumados com as ferramentas de desenvolvimento para as versões desktop do windows acabam encontrando muitas similaridades e também a boa integração com o Office, Exchange e outros produtos da Microsoft.
Essencialmente, o Windows Mobile acaba agradando a empresas que baseiam sua infra-estrutura em plataformas Microsoft e também a um certo número de usuários que gosta da similaridade com o Windows e do grande volume de opções disponíveis.

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